Crônica - Final de semana ( Autor: Carlúcio Bicudo - registro 33575 - livro 5 A
"Final de semana"
Autor: Carlúcio Bicudo - registro 33575 - livro 5 A
Basta chegar o final de semana, para os problemas começarem a surgir.
São de todos os tipos.
Tem aquele primo distante que chega para o almoço de domingo todo cheio de si. Mas antes de sentar a mesa, nos chama para uma conversa em particular e logo somos surpreendidos com aquele pedido de dinheiro.
− Alberto, estou passando um grande sufoco na minha casa. Perdi meu emprego e minha esposa já estava desempregada. Será que você não pode emprestar um dinheiro por dois meses. Pago com juros.
− Poxa, primo... Ontem emprestei o que vinha juntando há dois anos ao meu sobrinho que bateu com o carro e está hospitalizado. Mas não fique chateado não. As coisas vão melhorar. Tenha fé!
É nos domingos que conhecemos os verdadeiros parentes que só pensam em si dar bem.
Têm parentes que todo final de semana, vai visitar alguém da família. Assim, não precisa gastar em casa. Come fora! E ainda tem coragem de dizer com todas as letras. Lá em casa um botijão de gás, dura 3 meses.
Também pudera, só come fora! Haja economia.
Tem coisa pior do que despertar em pleno domingo com o telefone tocando estridentemente? Ou mesmo, com batidas na porta, por uma vizinha, pedindo um pouco de açúcar. Por que o dela acabou sem que tivesse tempo de ir ao mercado?
Olha! Tem dia, que estou com a cabeça fervendo... dá vontade de mandar tudo para o PQP!
E quando a mulher começa a querer inventar na cozinha um prato novo que aprendeu na TV. Ai começa o assalto a minha carteira. Rsrs.
É dinheiro para comprar tudo... pois fica sempre faltando matéria-prima para acabar a receita. A mulher logo grita. O prato só ficará bom. Se estiver com todos os ingredientes.
Eu logo questiono. Não dá para fazer somente arroz e batatas fritas?
A dona encrenca logo pula com as mãos nas cadeiras. Retirando o avental e xingando muito. Ta vendo, quando quero fazer algo de diferente para te agradar. Você logo vem com essa conversa de arroz com feijão.
Mas queria, ficar indo ao mercadinho da esquina comprar aos pouquinho, no final do mês, gastamos mais que o dobro do necessário. Temos que economizar para comprar aquele quarto novo que você tanto quer.
Ela já muito brava, grita! − Eu não tenho que economizar nada... Comprar móveis novos para a casa é sua obrigação. Afinal, não sai da casa dos meus pais para ser sua empregada. Sou sua esposa.
Para não continuar discutindo vou para o meu escritório para ler os e-mails no computador. Mas ao abrir a porta. Surpresa! Filhos usando o pc para brincarem...
Meninos porque não vão brincar no videogame?
Viro as costas, fecho a porta e volto para a sala... Quando chego, tenho outra surpresa. Encontro bem no meio da minha sala o dono da Farmácia, que veio cobrar pelos medicamentos atrasados.
Como atrasados, eu pergunto. Já mandei a Adriana ir pagar o senhor na semana passada. Pois é querido... Desculpe, mas passei em frente à loja da Aninha e vi uma bolsa que estava em promoção. Não resisti e comprei.
Puta merda! Deste jeito... ainda abandono a casa, mulher, filhos, gato, cachorro e periquito. E vou-me embora! Deste jeito não aguento.
Olha que o dia só está começando.
3 comentários:
Carluccio
adorei ler seu blog, principalmente a postagem abaixo, de um poema em cada árvore
muito legal
, virei mais vezes por aqui
bjs
Parabéns pelo texto, Genial, o blog está super bonito tbm, bjs!
é tipico final de semana brasileiro
adorei essa cronica!!!
me fez lembrar algumas pessoas rsrsrs.
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