Ao ver um papel em branco, sinto a necessidade de preencher suas linhas com palavras.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Crônica - Ladrão de galinhas - Autor: Carlúcio Bicudo - registro 77535 - livro 6 A
"Ladrão de galinhas"
(Autor − Carlucio Bicudo - registro 77535 - livro 6 A)
Quando eu morava no interior do estado do Rio de Janeiro. Conheci um cabra safado. Mas conhecido como “Manequinho o ladrão de galinhas” que morava as margens da BR 101 próximo à localidade de Itaboraí.
Todos os dias o diacho do Manequinho, percorria as ruas com uma galinha embaixo do braço.
Mas até então, ninguém sabia que ele roubava galinhas dos sítios próximos.
Manequinho morava bem próximo à rodovia. E ali ele vendia as suas galinhas roubadas.
Tinha galinhas para todos os gostos. Carijós, brancas, pretas, de angola de cristas altas, de cristas curtas e etc.
Os motoristas sempre passavam ali, durante a tarde e compravam as galinhas do Manequinho.
Só que as galinhas do manequinho, não acabavam. Todos os dias o cesto do danado estava lá novamente à beira da estrada lotado.
Os vizinhos e moradores da cidade, começaram a ficar desconfiados. De onde o pobre do homem arrumava tantas galinhas para vender todos os dias.
Um comerciante local. Começou a perceber que as galinhas do Manequinho, eram sempre muito diferentes Ou seja, não deveriam ter vindo da mesma mãe ou do mesmo galinheiro.
Isto já o estava intrigando! E decidiu investigar o vendedor de galinhas.
− E ai Manequinho. Como anda a sua criação de galinhas?
− Muito bem, senhor Bernardo. Está cada dia mais vistosa.
− Que bom! Pelo jeito, anda ganhando muito dinheiro... O senhor tem muita despesa com a sua criação?
− Quase nada. Minhas galinhas não consomem ração. Só ciscam pelo terreiro.
− E ficam gordas desde jeito, Manequinho?
− É que as minhocas do terreiro lá de casa, são vitaminadas.
Não estando satisfeito com as respostas do Manequinho. Seu Bernardo resolveu averiguar, por conta própria a criação do Manequinho.
No dia bem cedo, o seu Bernardo, pegou a sua bicicleta e foi em direção à casa do vendedor de galinhas. Ao chegar ao recinto. Olhou ao redor e não viu nenhum galinheiro e nem tão pouco uma criação de galinhas se quer.
Ficou matutando. Ué! Que diacho está acontecendo aqui. Será que a criação do Manequinho não fica aqui na casa dele?
Achou estranho... Pois todos ali na cidade, sabiam que o homem não possuía bens, além da casa na beira da estrada.
Bernardo coçou a cabeça... E ficou a elucubrar.
Decidiu que iria tirar está história a limpo.
No dia seguinte, durante a madrugada... Passou a vigiar a casa do Manequinho e viu, quando este, saia apressado com um saco de estopa vazio nas mãos.
Bernardo deixou que o homem tomasse certa distância e partiu observando os passos do magrelo Manequinho.
O cabra ia passando de casa em casa... Entrando sorrateiramente nos galinheiros das vizinhanças e em cada um, o homem pegava uma galinha e colocava no saco.
− Filho de uma boa mãe! − Exclamou Bernardo. Esse cara rouba as nossas galinhas há tempos e nunca desconfiamos disso.
Seu Bernardo contou para todos os outros sitiantes que Manequinho, roubava todos os dias uma galinha de cada galinheiro... Assim, ninguém sentiria falta das galinhas de uma vez só.
Marcaram uma emboscada para o cabra safado. Chamaram a polícia.
No outro dia bem cedo... Quando o Manequinho o ladrão de galinha apareceu para roubar mais um dos galinheiros. Ao entrar, logo avistou vários dos sitiantes dentro do galinheiro com a espingarda em punho.
− Ah! Que dizer que você é que vem roubando as nossas galinhas?
− Eu não. − Disse Manequinho
− De onde você tira as galinhas que você vende na beira da rodovia?
− Ora... Da minha própria casa.
− E o que você está fazendo com este saco vazio nas mãos? − Disse um dos sitiantes.
− Vim pegar um pouco de esterco para por na minha horta?
− Manequinho, para de besteira e fale a verdade. − Já sabemos que você não possui criação de galinhas.
− Como não? − Vamos lá pra casa, que eu mostro a vocês.
Bernardo gritou:
− Já fui lá e não vi galinheiro algum!
− Ah! Não iria ver mesmo. É que crio as minhas galinhas dentro de casa.
− Como é?
− Eu estimo tanto as meninas, que as crio, dentro de casa.
− Manequinho, se você estima tanto assim as suas meninas. Por que as vende?
E assim ele respondeu:
− O mesmo que o senhor fez com a sua antiga esposa.
− Como é? Tá comparando a Doralice, a mãe dos meus filhos, com galinhas?
− Ora, seu cabra da peste. Vou te matar!
− Mata nada! Só faço como o senhor. Minhas meninas, quando já estão velhas, eu as vendo. Em seguida, as substituo por outras franguinhas mais novas... rsrs.
Fim
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