Ao ver um papel em branco, sinto a necessidade de preencher suas linhas com palavras.
sábado, 18 de junho de 2011
Crônica - Preguiça (Autor: Carlúcio Bicudo) - registro 96626 - livro 5 A)
Preguiça
(Autor: Carlúcio Bicudo - registro 96626 - livro 5 A)
Hoje amanheci com uma baita de uma preguiça. Levantei-me e fui ao banheiro me arrastando. Depois caminhei em direção a espreguiçadeira na varanda de frente para a piscina. E ali entreguei a minha alma.
Cerrei os olhos e fiquei a sonhar, sem muita pressa.
- João, você não vai tomar café? Temos que ir ao Supermercado.
Nada respondi.
- Não está ouvindo, homem? - Às horas estão passando e temos que ir ao Supermercado. Hoje é dia de fazer compras.
- Mas está chovendo!
- Que conversa é essa, homem? Não tem chuva nenhuma. O céu está limpo e o sol reluzente.
- Não está vendo que está caindo um toró, Adalgisa?
- Eu hem! Pirou de vez. Tá ficando maluco, João? Onde é que você está vendo chuva ai? Acorde homem! Você está é sonhando com chuva.
Continuei ali, prostrado sobre a espreguiçadeira, sem esboçar nenhum tipo de reação.
Minha mulher, já enfezada veio puxando o carrinho de compra, temos que ir logo... Enquanto você fica na fila do açougue eu vou pegando as outras coisas.
Continuei, sem nada dizer...
- Pedrinho, cutuque o seu pai. Ele pegou no sono de novo.
- Pai, ô pai! Tá ouvindo? Pai... Pai! - Vixe, meu pai morreu!
- Morreu nada! Esse cabra, tá é com preguiça.
- Mas mãe, ele nem respira!
- É, que bom! Assim aproveito e compro um novo marido.
- Pai, a mãe disse que irá comprar um novo marido. Já que morreu!
- Cala a boca, menino! Não to morto! Só estou com uma moleza de dar dó.
- Vamos, Pedrinho... Deixe o seu pai, aí sozinho. Vamos, assim poderemos gastar a vontade no cartão de crédito. Ao menos uma vantagem vai ter. Ele não estando por perto. Poderemos gastar a vontade.
Neste momento, não resisti e abri os olhos.
- Vocês estão pensando que vão gastar todo o meu dinheiro?
- Ah! Enfim, despertou! Só foi eu falar em gastar além da conta. Mexeu no seu bolso. Pronto! Você acordou feito um rastilho de pólvora.
- Claro! Você pensa que é fácil trabalhar de segunda a sexta no pesado e ainda chegar no sábado ter pique para encarar diversas filas no supermercado. É tanta fila que fico cansado só de pensar em ter que encará-las.
- Prefiro ficar aqui no aconchego do meu lar e ficar sonhando somente com as coisas boas da vida.
- Tá certo! Tá certo! Quando eu passar pela seção das cervejas, nem vou lembrar de você.
- Aí, não! Ficar sem a sagradinha cerveja dos finais de semana. Já é crueldade de mais.
- Então, trate de levantar desta espreguiçadeira, troque de roupas e vamos logo, pois o tempo está passando. E tenho muito o que fazer durante o dia.
- Você reclama que trabalha de segunda a sexta e está cansado. Pior sou eu, que trabalho todos os dias, faça sol ou chuva. Doente ou não! Tenho muito o que fazer. Não tenho tempo se quer para sentir preguiça.
Fim
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