Crônica - Viajando para Paraty. Autor: Carlúcio O. Bicudo - registro 1548652
Viajando para Paraty
(Autor: Carlúcio O. Bicudo – registro 1548652 – livro 4 A)
Era dezembro, mês de minhas férias. Decidi viajar para Paraty.
Arrumei as malas todo eufórico e fui para a rodoviária. O dia estava quente, o ar seco. Que me deixava meio sem ação.
O ônibus chegou, entrei e acomodei-me na poltrona de número 32. Logo em seguida, surge um senhor meio calvo e acomodou-se ao meu lado.
Assim, que todos os passageiros, acomodaram em seus lugares, o motorista deu início a nossa viagem.
Abri a janela, para que o ar pudesse circular mais livremente. E o homem começou:
- E aí, vai viajar para onde?
- Vou para Paraty.
- Ah! Legal. Estou indo para Angra dos Reis. Dizem que Paraty é uma cidade muito bonita. Eu ainda não conheço. Aliás, qual é o seu nome? -disse o homem.
- Eustáquio. – respondi.
- Prazer o meu é Geraldo.
Eu estava ali, torcendo para que o homem ficasse calado. Havia saído de casa, com uma dor de cabeça. Estava um calor insuportável e o homem não parava de falar.
- O senhor está indo a passeio?
Não respondi nada.
- Ah! Vai visitar os parentes?
Continuei mudo e me virei para o lado, e fiquei admirando a paisagem.
- O senhor não está me ouvindo? – perguntou Geraldo.
Balancei a cabeça como quem diz que sim.
- E então, não vai me responder? – insistiu o homem.
Eu estava emputecendo... A cabeça já latejava... e o homem não parava de tagarelar.
Que cara mais chato! Será que não percebe que estou querendo ficar quieto. Pensei.
- Eustáquio, não quero ser enjoado, mas o senhor não gosta muito de conversar não é?
Imediatamente, respondi um sonoro nãoooooooooooooo! E mesmo assim ele não se conformou e continuou a perguntar.
- O senhor, já foi outras vezes a Paraty, ou esta é a primeira vez?
Respirei fundo e disse-lhe:
- Já estive lá por diversas vezes.
- Quer dizer então, que o senhor conhece muito bem a cidade?
- Razoavelmente bem.
- O senhor tem casa por lá?
- Não. Fico em uma Pousada.
- É muito caro?
- Mais ou menos. Acho que é o valor justo.
E novamente me virei para o lado da janela e puxei a cortina, para ver se conseguira livrar-me do irritante homem.
Novamente, o aporrinhador, cutucou as minhas costelas me chamando.
Já irritado, virei-me e falei.
- Por favor!Deixe-me quieto. Estou com uma tremenda cefaléia. Não está vendo que não estou querendo papo?
- O senhor poderia esclarecer apenas uma pergunta?
Já assoprando feito cavalo cansado, perguntei:
- O que o senhor deseja agora?
- O que é cefaléia?
Balancei a cabeça em sinal de reprovação. Mas acabei concordando em responder.
- Geraldo. Cefaléia, enxaqueca e hemicrania, tudo isso nada mais é do que a famosa dor de cabeça. Entendeu?
- Agora sim. – disse balançando a cabeça e sorrindo o bendito homem.
Tornei-me a virar para o lado, e cerrei os olhos, na esperança de conseguir agora um pouco de sossego.
E mais uma vez, o chato, amolador e azucrinante Geraldo, me cutuca.
Olho para ele injuriado, e digo completamente fora de si.
- Porra! Deixe-me em paz. Minha cabeça parece que vai explodir e o senhor não para de falar um segundo.
O homem então tira do bolso, uma cartelinha e me fala:
- Desculpa pela minha tagarelice. Tenho aspirinas! O senhor aceita?
Fim
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