sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Câncer - Poesia (Carlucio Oliveira Bicudo)




Câncer
(Autor: Carlucio Bicudo registro 93026 livro 2 A)


Numa noite,
Após ter atingido
Um pavor animal.
Levantei-me...
Anunciando sofrimento.

Sinal vermelho
Avisa o semáforo
Na própria jornada
De escapar do Câncer
Tumor insuportável.


Há momentos
De ritmo intenso.
Onde a dor
Aloja-se na mente
Persistindo em nos seguir.

Poesia ( São Paulo) - Carlucio Bicudo





São Paulo
(Autor: Carlucio Bicudo - registro 22738- Livro 2 A)








Nas calçadas
As pessoas andam apressadas
De um lado para o outro
No centro da cidade
Nervosa e confusa.

O suor derramado
Do homem que trabalha
Torna a vida da cidade
Cada vez, mas sofrida e agitada.

O metrô percorre
Os bairros como o sangue
Que corre em nossas veias


Transportando a população,
Apressada e louca,
Que se revela por...
Uma lágrima de esperança.

Fim

Saci pererê ( História infantil escrita por mim)





O Saci-pererê
(Autor: Carlucio Oliveira Bicudo. Registro nº: 35475, Livro 32 A).



Tudo começou quanto uma simpática vovó de nome Zelir, para tentar acalmar os seus dois netinhos Anthony e Gabriel que são muito levados, decide contar a história do negrinho saci-pererê.
_ Meninos fiquem quietos, que a vovó vai contar uma história para vocês.
Os meninos se acomodaram no sofá, para ouvir a sua avó contar a história.
Então ela começa:
Era uma vez...Lá no meio da mata, tinha um grande bambuzal, onde costuma ficar o sacizeiro.
_ O que é sacizeiro vovó? Perguntou o Gabriel.
_ Sacizeiro é onde os sacis nascem e ficam por lá até completar 7 anos. Depois eles saem pela mata para fazer traquinagem com as pessoas que entram na mata ou que vivem próximas a ela.
Ai a vovó Zelir, continuou a contar a história.
_ O saci é um negrinho, de uma perna só, que tem um gorro vermelho na cabeça e usa um cachimbo e que adora fazer bagunça, deixar as pessoas doidas de raivas.
Os meninos logo começaram a rir, e perguntaram:
_ Mas vovó, como eram as maldades feitas pelo saci?
_ Meus queridos netinhos, ele não tem dó. São brincadeiras atrás de brincadeiras. A vovó respirou fundo e continuou.
_ Conta à lenda que uma vez, três caçadores, entraram na mata para caçar animais para vender na feira da cidade.
_ Eles já haviam caçado, vários animais, como: pacas, cutias, tatus, tamanduás, macacos e outros animais. Logo o saci-pererê ficou sabendo. E não gostou nada. E disse:
_Vou dar uma lição nestes cabras safados.
Anthony logo gritou:
_ Isso mesmo saci, acabe com estes caçadores malvados.
Vovó Zelir pediu para ele ficar em silêncio e continuou a contar a história.
_ O saci saiu no meio de um rodamoinho de areia, para encontrar os caçadores. Ao encontrá-los, ele ficou a espreitar a forma de como ele iria fazer para castigar os caçadores.
Pensou!...Pensou!
Neste momento os caçadores estavam descansando os cavalos e preparando o almoço.
Então o saci tirou o seu gorro, e imediatamente ficou invisível, e foi dar nós na crina dos cavalos sem que os caçadores pudessem vê-lo. Mas os cavalos começaram a ficar agitados, eles olharam para os animais e nada viam. Só ouviam uns piados estranhos, que parecia ser de uma ave que vinha de várias direções, mas acabaram não se importando.
Neste momento a vovó Zelir para e explica sobre outra lenda sobre o saci.
_Queridos netinhos, conta à lenda ainda que o saci tem a capacidade de se transformar numa ave chamada de Mati-taperê e que seus olhos são vermelhos como o fogo e que o seu canto possui diversos tipos de timbre, fazendo com que as pessoas que a ouçam percam o rumo, sem achar o caminho de volta.
Então Anthony pergunta a sua avó:
_ Vovó é por isso que os caçadores ouviram os estranhos piados?
Ela então respondeu.
_ Sim. Era o saci que tinha se transformado no Mati-taperê e estava tentando deixar os caçadores desorientados.
E os dois meninos gritaram:
_ Que legal!
Vovó Zelir, então começou a contar novamente.
_O saci então pegou sal e colocou no bule do café, misturou açúcar no feijão e encheu de terra a carne que eles haviam preparado para comer.
Assim que eles começaram a comer, um ficou jogando a culpa no outro.
_ Não sabe a diferença de açúcar para sal?
_ Claro que sei, pior foi você que não limpou a carne e fez ela cheia de terra.
Gabriel e Anthony começaram a dar gargalhadas. Cá...Cá...
Vovó Zeli, então continua contanto.
_ O saci-pererê morrendo de gargalhar, pegou galhos com espinhos, levantou a sela dos cavalos bem devagarzinho os colocou embaixo. Depois, colocou novamente o seu gorro vermelho e apareceu para um dos caçadores que estava no canto fumando e disse:
_ Seu moço! Enche o pito pra mim?
O caçador arregalou os olhos e tentou gritar, mas o grito não saia.
Então ele meio sem jeito e com muito medo pegou o fumo de rolo e colocou um pouco no cachimbo do saci.
O saci então gritou bravo.
_ Acenda logo. Ta demorando muito. E começou a gargalhar muito alto.
Nesta hora os outros companheiros viram que o saci estava fazendo com o seu companheiro e correram todos em direção aos cavalos.
Eles nem bem sentaram e os cavalos saíram dando pinotes, por causa dos espinhos.
O saci gargalhava, até que os homens saíram correndo da mata, sem levar os animais que eles haviam caçado.
Então o saci soltou todos os animais capturados. E os caçadores nunca mais foram vistos na região.





Fim

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Candido Portinari.










Candido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodoswki, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária de desde criança manifestou sua vocação artística. Aos quinze anos de idade foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1928 conquista o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Vai para Paris, onde permanece durante todo o ano de 1930. Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, Portinari decide, ao voltar para o Brasil em 1931, retratar nas suas telas o povo brasileiro, superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista a antiacadêmica moderna. Em 1935 obtém seu primeiro reconhecimento no exterior, a Segunda menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções intitulada CAFÉ, retratando uma cena de colheita típica de sua região de origem.

A inclinação muralista de Portinari revela-se com vigor nos painéis executados no Monumento Rodoviário situado no Eixo Rio de Janeiro – São Paulo (na hoje “Via Dutra”), em 1936, e nos afrescos do novo edifício do Ministério da Educação e Saúde, realizados entre 1936 e 1944. Estes trabalhos, como conjunto e como concepção artística, representam um marco na evolução da arte de Portinari, afirmando a opção pela temática social, que será o fio condutor de toda a sua obra a partir de então. Companheiro de poetas, escritores, jornalistas, diplomatas, Portinari participa da elite intelectual brasileira numa época em que se verificava uma notável mudança da atitude estética e na cultura do país: tempos de Arte Moderna e apoio do mecenas Getúlio Vargas que, dentre outras qualidades soube cercar-se da nata da intelectualidade brasileira de seu tempo.

Romero Brito - O grande pintor.





Nascido no Recife, Pernambuco, em 06 de outubro de 1963, no Brasil, aos oito anos começou a mostrar interesse e talento pelas artes. Com muita imaginação e criatividade, pintava em sucatas, papelão e jornal. Sua família o ajudava a desenvolver seu talento natural, dando-lhe livros de arte para estudar. “Eu ficava sentado e copiava Tolouse e outros mestres dos livros, por dias e dias.“

Aos 14 anos fez sua primeira exibição pública e vendeu seu primeiro quadro à Organização dos Estados Americanos. Embora encorajado por este sucesso precoce, as circunstâncias modestas de sua vida o motivaram a estabelecer metas e a criar seu próprio futuro. “Na condição de criança pobre no Brasil, tive contato com o lado mais sombrio da humanidade. Como resultado, passei a pintar para trazer luz e cor para minha vida.“