sábado, 26 de março de 2011

Um projeto que deu certo.



O Um poema em cada árvore é um projeto que visa o incentivo à leitura, à produção literária, a democratização do acesso aos bens culturais e popularização da poesia em Governador Valadares. Poemas de autores desconhecidos do grande público são impressos e pendurados em árvores de praças, ruas, avenidas e calçadões da cidade.

O Um poema em cada Árvore começou em agosto de 2010 a partir de iniciativa do poeta Marcelo Rocha.

Voluntários do Instituto Psia fazem a instalação dos poemas nas árvores.

Eu também participei com uma poesia.

Esta edição do projeto aconteceu em março de 2011, na lagoa que une os bairros Morada do Vale, Lagoa Santa e Santo Agostinho na cidade de Governador Valadares/MG.

Participaram desta 7ª edição do “Um poema em cada árvore”:

Alice Daniel

André Hemerly

Carlúcio Oliveira Bicudo

Dante Barbosa

Gika Persan

Luciano Esposto

Marcelo Rocha

Marília Siqueira Lacerda

Nilda Dias Tavares

Valdeck Almeida de Jesus

ValdirAzambuja.

Como participar


Qualquer pessoa pode colaborar com textos em verso. Os trabalhos devem ser enviados ao e-mail institutopsia@hotmail.com digitados em Word. Os textos enviados serão avaliados pela coordenação do projeto e selecionados conforme qualidade literária e adequação ao público. A participação no projeto é voluntária e não haverá pagamento de direitos autorais. Todo o material enviado poderá ser reproduzido na internet, no blog e Flickr do Instituto Psia.


segunda-feira, 21 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

Crônica - Papo-furado - Autor: Carlúcio Bicudo - registro 749562 - livro 4 A




Papo-furado
(Autor: Carlúcio Bicudo − registro 749562 − livro 4 A

Parecia ser um sábado comum, como tantos outros. Levantei-me mais cedo, precisava pagar umas contas na lotérica. Água, luz, telefone e outras coisas que já acumulavam na gaveta. Decidi pagá-las, antes que vencessem.
Arrumei-me e parti em direção a lotérica. Ao chegar, já deparei com a fila dobrando a esquina. E logo pensei: “Nossa! Parece que todos decidiram pagar as contas hoje”.
Ufa! Mas, fazer o quê? Tenho que pagá-las. Entrei na fila, como todo mundo e fiquei a esperar por minha vez.
Em seguida, entrou dois rapazes que já vinham conversando calorosamente. Juro que pensei que os dois iriam sair no tapa, logo atrás de mim.
Fiquei esperto, pois se eles viessem às vias de fato... Eu já estaria preparado para sair de perto e deixá-los brigar a vontade.
− Porra! Aí mano, tá muito estranho! − comentou o mais baixinho.
− Como assim, estranho? Seu filho de rapariga. − disse o magricela, já em tom ameaçador.
− Acho que é o teu cabelo!
− O que tem o meu cabelo? Acabei de sair da barbearia.
− Pois é... Você não notou nada de diferente no teu cabelo?
− Tipo?
− Amigo, você não olhou no espelho, assim que o barbeiro terminou?
− Claro que olhei. E não vi nada de anormal.
− Sério! Tem certeza de que não notou nada de esquisito?
− Merda! Diga logo “meio-quilo” o que tem o meu cabelo?
− Puta merda! Onde foi que você cortou o teu cabelo?
− Na barbearia da esquina. Com o seu Abelardo.
− Tá certo! Agora entendi, por que o teu cabelo está parecendo de veado
− Corta essa, anão! Tá me estranhando?
− Macarrão, no mínimo, você deve ter pedido ele para caprichar. Não foi?
− Sim! Como você sabe?
− Acorda, Macarrão! Seu Abelardo não escuta direito. Acho que ele entendeu pedir “para bicha” e não “capricha”. E caiu na gargalhada.
Neste momento, não aguentei e comecei a rir baixinho daquela situação toda. E ao mesmo tempo, preparando-me para a pancadaria que poderia começar. Mas, a briga, só estava na minha imaginação.
E assim, os dois continuaram naquela sacanagem de merda.
− Poxa!Tá mesmo de veadisse comigo, meio-quilo?
− Juro que não, Macarrão. Olhe só o corte superestranho que o Abelardo fez em você.
− Mas, foi eu que pedi para cortar deste jeito.
− Hum! Então, boiolou de vez, meu amigo. − Nem vem com este papo manso de amigo. Pior é este teu cabelão escorrido. Pensa que não sei que toda semana, faz chapinha? − falou, macarrão.
− Ah! Vá mano. Chapinha, eu? Conte outra.
− Chapinha sim. Quem disse foi a tua irmã, que estava fazendo as unhas na barbearia do seu Abelardo.
− A puta da minha irmã, disse isso?
− Sim. E com todas as letras... Contou até que já fez muita massagem no teu cabelão. Rsrs.
Neste momento, meio-quilo ficou branco feito uma cera. Subitamente o cara ficou mudo.
− E aí, meio-quilo, não tem nada para falar?
− Fale baixo, mano... Não precisa falar alto... Ninguém precisa saber que uso a chapinha de vez em quando. Desculpa a brincadeira... Teu cabelo está muito bonito e bem cortado, macarrão.
− Ué! Até ainda pouco, o meu cabelo era de veado. Agora ficou bom, para você?
− Sabe como é... Preciso estar sempre tirando um sarro de alguém de vez em quando. Desculpa ai, mano!
Eu fiquei bestificado com o diálogo dos rapazes. Cheguei a pensar que iriam brigar... Sai no braço. Mas tudo o que vi, foi uma troca de gentileza às avessas.
É o mundo está mesmo mudado...