domingo, 29 de agosto de 2010

Em breve o livro "Viagem através da história". Autor: Carlucio Bicudo

        

           Já está no prelo o meu mais novo livro "Viagem através da história".
           Espero que gostem!!
           

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Decálogo (Autor: Raimundo Carrero)


                 DECÁLOGO

1. Acredite: não existe inspiração.
2. Escreva. Escreva. Escreva.
3. O talento é a melhor maneira de o escritor estar lento.
4. Conduza sempre caneta e papel no bolso - ou agenda eletrônica: anote tudo o que pensa e quer.
5. Leia muito. Os clássicos, de preferência. Homero, Virgílio, Dante. Mas não esqueça os contemporâneos.
6. Um escritor deve conhecer bem o seu ofício. Estude muito. Estude sempre.
7. As histórias estão bem próximas. Use a memória. Sem medo.
8. Use as condições objetivas: tenha uma boa biblioteca e um lugar reservado para escrever.
9. Um bom prosador deve ler poemas. E um bom poeta deve ler romances, novelas, contos.
10. Seja simples. Mas a simplicidade deve apenas esconder a sofisticação. Aprenda com Machado de Assis, Manuel Bandeira, Carlos Drummond e Autran Dourado.

RAIMUNDO CARRERO é autor de O amor não tem bons sentimentos, Somos pedras que se consomem, entre outros.




 

Vinte e uma coisa que aprendi como escritor ( Autor: Moacyr Scliar)

                           Vinte e uma coisas que aprendi como escritor.

Moacyr Scliar

APRENDI que escrever é basicamente contar histórias, e que os melhores livros de ficção que li eram aqueles que tinham uma história para contar.

APRENDI que o ato de escrever é uma sequela do ato de ler. É preciso captar com os olhos as imagens das letras, guardá-las no reservatório que temos em nossa mente e utilizá-las para compor depois as nossas próprias palavras.

APRENDI que, quando se começa, plagiar não faz mal nenhum. Copiei descaradamente muitos escritores, Monteiro Lobato, Viriato Correa e outros. Não se incomodaram com isto. E copiar me fez muito bem.

APRENDI que, quando se começa a escrever, sempre se é autobiográfico, o que - de novo - não prejudica. Mas os escritores que ficam sempre na autobiografia, que só olham para o próprio umbigo, acabam se tornando chatos.

APRENDI que, para aprender a escrever, tinha de escrever. Não adiantava só ficar falando de como é bonito ( ... )

APRENDI que uma boa ideia pode ocorrer a qualquer momento: conversando com alguém, comendo, caminhando, lendo (e, segundo Agatha Christie, lavando pratos).

APRENDI que uma boa ideia é realmente boa quando não nos abandona, quando nos persegue sem cessar. O grande teste para uma ideia é tentar se livrar dela. Se veio para ficar, se resiste ao sono, ao cansaço, ao cotidiano, é porque merece atenção.

APRENDI que aeroportos e bares são grandes lugares para se escrever. O bar, por razões óbvias; o aeroporto, porque neles a vida como que está em suspenso. Nada como uma existência provisória para despertar a inspiração literária.

APRENDI que as costas do talão de cheque é um bom lugar para anotar idéias (é por isso que escritor tem de ganhar a grana suficiente para abrir uma conte bancária). O guardanapo do restaurante também serve, desde que seja de papel e não de pano. (...)

APRENDI que o computador é um grande avanço no trabalho de escrever, mas tem um único inconveniente: elimina os originais, os riscos, os borrões, e portanto a história do texto, a qual - como toda história - pode nos ensinar muito.

APRENDI que a mancha gráfica representada pelo texto impresso diz muito sobre este mesmo texto. As linhas não podem estar cheias de palavras; o espaço vazio é tão eloquente quanto o espaço preenchido pela escrita. O texto precisa respirar, e quando respira, fica graficamente bonito. Um texto bonito é um texto bom.

APRENDI a rasgar e jogar fora. Quando um texto não é bom, ele não é bom - ponto. Por causa da autocomiseração (é a nossa vida que está ali!) temos a tentação de preservá-lo, esperando que, de forma misteriosa, melhore por si. Ilusão. É preciso ter a coragem de se desfazer. A cesta de papel é uma grande amiga do escritor. (...)

APRENDI a não ter pressa de publicar. Já se ouviu falar de muitos escritores batendo aflitos, à porta de editores. O que é mais raro, muito mais raro, são os leitores batendo à porta do escritor.

APRENDI a não reler meus livros. Um livro tem existência autônoma, boa e má. Não precisa do olhar de quem o escreveu para sobreviver.

APRENDI que, para um escritor, um livro é como um filho, mas que é preciso diferenciar entre filhos e livros.

APRENDI que terminar um livro se acompanha de uma sensação de vazio, mas que o vazio também faz parte da vida de quem escreve.

APRENDI que há uma diferença entre literatura e vida literária, entre literatura e política literária. Escrever é um vício solitário.

APRENDI a diferenciar entre o verdadeiro crítico e o falso crítico. O falso crítico não está falando do que leu. Está falando dos seus próprios problemas.

APRENDI que, para um escritor, frio na barriga ou pêlos do braço arrepiados são um bom sinal: um livro vem vindo aí.

sábado, 14 de agosto de 2010

Passado ( Autor:Carlucio O. Bicudo) - registro 572871 - livro 3 A




"Passado"

Completamente apaixonado...
Perco-me na história,
Olhando para os velhos porta-retratos.

Praia do Pontal ( Autor:Carlucio O.Bicudo) - registro 84376 - livro 3 A




"Praia do Pontal"

O mar se agita
Na cálida noite de inverno.
Irriquieto, ouço chaqualhar
Suas ondas, que vem mostrar
A pompa do seu mar.

Nervoso ele se mostra presente
Mas, tão somente...
Nas noites frias de Paraty.


Infância ( Autor: Carlucio O. Bicudo) registro 337215 - livro 3 A









 





"Infância"


Lá se foi minha infância
Mas, me restou na lembrança
Correndo pelas ruas
A brincar de pega-ladrão.

Às horas, não tinham fim
Quando brincava de futebol de botão
Na gurita da praça do Sol.

Eu, tinha muitos amigos.
Que sempre gritavam no portão
Esperando-me alegremente
Para brincarmos de pião.

Canteiro de palavras ( Autor: Carlucio O. Bicudo) registro 93526



"Canteiro de palavras"

Colho-te flor
Do canteiro de palavras
No cair da tarde.

O silêncio da dor ( Autor: Carlucio O. Bicudo) - registro 81526



"O Silêncio da dor"

 A terra cai quieta...
 E sangra por teus espinhos
 O silêncio da dor.
 

Vaga-lumes (Autor: Carlucio O. Bicudo) - registro 375021 - livro 3 A