domingo, 27 de fevereiro de 2011

Crônica - Tragédia em um churrasco. Autor: Carlúcio Bicudo - registro 992525 - livro 4 B




"Tragédia em um churrasco"

(Autor: Carlúcio Bicudo − registro 992525 − livro 4 B)


Tudo transcorria muito bem... Num belo domingo de sol... Todos os amigos presentes.
Churrasco, cerveja e muitas mulheres bonitas...
Carne de primeira, em todos os sentidos... Rsrs.
O forró corria solto... Todos ali presentes se divertiam a valer.
Parecia que seria mais um domingo, cheio de alegria, farras e muito amor para distribuir.
A tarde já estava desaparecendo, quando duas mulheres começaram a disputar, Paulo, o gostosão da parada.
O sujeito estava gostando de ser cortejado por todas.
Embora, apenas duas demonstrassem interesse mais explícito.
− Já falei que esse cara é meu, Jane.
− Como é seu? Ele não disse que ficaria com você? Aliás, ele estava me cantando ainda pouco ali, próximo a porta da cozinha. − comentou, Maria.
− E outra coisa, acabei de vê-lo cheio de gracejos para a Alberta, próximo ao banheiro. Pelo jeito, ele está atirando para todos os lados. − falou, Jane.
− Também, bonito como ele, pode mirar em qualquer uma de nós, que iremos ficar alucinadas. − falou a Adriana, outra que suspirava pelos cantos.
− Pois pra mim, ele disse que no final da festa, quer sair comigo. − comentou Maria.
− Ué! Para mim, ele disse a mesma coisa. Será que o safado está pensando em fazer um bacanal? − disse Jane.
− Isso, não irá acontecer, pois já confirmou comigo. − esbravejou Maria.
Enquanto isso, o churrasco prosseguia e Paulo, se engraçando para todas as mulheres ali presentes. Na realidade ele não sabia quem iria com ele para casa. Só não queria passar a noite, sozinho. Sentado no fundo do quintal, Juvenal, observava a cena, chateado... Afinal, Jane, era a sua ex-mulher. E no fundo, ainda não se conformava com a separação de poucos dias.
Em sua mesa, ele comentava com o amigo Egberto...
− Isso vai acabar em merda. Não vou deixar este babaca pegar a minha mulher.
− Mas, o que é isso, Juvenal? Vocês não se separaram?
− E daí, mas tenho esperança de poder reatar.
− Você já tentou conversar com a Jane?
− Essa bandida, que eu amo, não quer falar comigo. Disse que não quer saber mais de mim. Mas, juro que se ela não ficar comigo, com outro é que ela não fica.
− Deixe de bobagem, rapaz! Com tanta mulher dando sopa ai... Parte para outra.
− Como, se o meu coração e a cabeça não deixam eu esquecer esta vagabunda. Os neurônios do meu cérebro já estão dando nó.
− Acho melhor, você parar de beber e ir para casa, esfriar a cabeça. − comentou, Egberto.
− Estou bem... Só quero observar o descaramento desta sem-vergonha.
Lá no fundo do quintal, Jane e Maria se atiravam para cima de Paulo.
Ora ele dançava com uma e ora dançava ralando coxa com a outra.
Juvenal levantou-se do seu canto e foi em direção a Jane. E segurando-a com força pelo braço, disse:
− Vamos dançar, Jane!
− Você não me esquece mesmo, não é Juvenal? Eu já não te disse que não quero mais nada com você. Deixe-me em paz. Parte para outra... Desencana!
O semblante de Juvenal transformou-se. Ele partiu em direção ao banheiro. Ficou lá por algum tempo.
Ao retornar, passou pela mesa, onde eram cortadas as carnes e pegou a faca e partiu silenciosamente em direção a Paulo, que gargalhava e abraçava as mulheres no canto distraidamente.
Juvenal atravessou todo o quintal, com a faca junto ao corpo, sem que ninguém observasse.
Ao aproximar-se de Jane que estava abraçada ao corpo de Paulo. Ele disse:
− Paulo, veja aqui o que tenho para você.
Com a faca em punho, Juvenal, desferiu uma, duas e três facadas, certeiras no coração de Paulo, que não teve como reagir.
Suas últimas palavras foram:
− Fui esfaqueado!
Cambaleou alguns metros e caiu de bruços, mortalmente ferido.
Juvenal largou a faca manchada de sangue, não da carne que era servida no churrasco, mas sim, de Paulo. E fugiu, para sair do flagrante.
As mulheres ficaram em prantos ao verem Paulo, dar os seus últimos suspiros.
Todos os presentes ficaram atônitos, e ligaram para a Polícia e para o resgate. Que mais uma vez, como sempre... Demorou a chegar.
No dia seguinte, no velório, várias viúvas do bonitão choravam desesperadamente, ao ver aquele corpo vestindo o tradicional paletó de madeira.

Autor: Carlúcio Bicudo - registro 992525 - livro 4 B

Notícia da morte do escritor Moacir Scliar.




"Morre o escritor Moacyr Scliar"

Ele estava internado desde o último dia 17 de janeiro, na CTI do Hospital de Clínicas

Morreu, nessa madrugada, o escritor Moacyr Scliar, de 73 anos, por falência múltipla de órgãos devido às consequências de um acidente vascular cerebral (AVC), sofrido no dia 17 de janeiro. Ele estava internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e vinha sendo tratado com sedativos e respirava apenas com auxílio de aparelhos.

O velório ocorrerá no salão Júlio de Castilhos, da Assembléia Legislativa, as 14h deste domingo. O sepultamento será na segunda-feira em cerimônia reservada a familiares e amigos.

Além de escritor, Scliar era médico especialista em saúde pública e professor universitário. Publicou mais de 70 livros, entre crônicas, contos, ensaios, romances e literatura infanto-juvenil. Em 2003, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Entre as obras mais importantes, destacam-se os contos e os romances "O ciclo das águas", "A estranha nação de Rafael Mendes", "O exército de um homem só" e "O centauro no jardim".

Fonte: Otto Herok Netto / Rádio Guaíba

Observação:
A notícia do falecimento do escritor Moacir Scliar,deixou a comunidade literária muito triste.
O que nos conforta é saber que ele irá, agora, escrever seus contos e crônicas com pontos de luz, oriundos de estrelas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Reflexos - Autor: Carlúcio Bicudo - registro 45331 - livro 4 B




"Reflexos"

Nunca me preocupei
Em saber o mistério da poesia.
Mas, sinto os versos que escrevo,
Como a sombra que reflete na parede.

Já meus poemas...
São reflexos maduros
Que guardo no relicário coração.

A praticidade da gramática,
Deixo brotar ou morrer
Diante do papel alvo,
Que insiste em revelar-se na forma de poemas.

Parte de mim,
Às vezes canta e chora.
Mergulhado em tantos versos,
No ato de brincar com as palavras.

Autor: Carlúcio Bicudo - registro 45331 - Livro 4 B

sábado, 12 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Crônica - Era uma vez... - Autor: Carlúcio Bicudo - registro 668252 - livro 4 B




“Era uma vez...”

Hoje, o meu filho, de sete anos, me pediu para que contasse uma história. Mas foi categórico.
− Pai, quero que o senhor, crie uma história só para me contar!
Olhei para ele, que estava sentadinho na beira da cama e disse:
− Ok! Vamos ver o que posso fazer:
E assim comecei...

Era uma vez...

Há muitos anos atrás, havia uma princesa muito bonita, mas solitária e tristonha.
Seu grande problema era que não conseguia encontrar um príncipe para que pudesse desposá-la.
Todos os dias a princesa Grace, ficava horas passeando pelos jardins ao redor do palácio, onde morava com seus pais e irmãos.
A tristeza da princesa era porque todas as suas outras irmãs e primas, já haviam casado, mas ela, ainda não encontrara um pretendente a sua altura.
Era muito sonhadora... Só pensava em casar-se com um belo príncipe que pudesse aparecer do nada.
Mas príncipe belo, rico e ainda aparecendo do nada!!! Estava em falta no mercado. Estavam todos casados com suas irmãs e primas. Eles se tornaram maridos de Rapunzel, Cinderela, Branca de neve e etc.
Nas redondezas, não havia sobrado nenhum.
Certo dia, quando a princesa estava sentada na beira da lagoa do jardim do castelo, ouviu um coaxar diferente de um sapo que estava sobre a vegetação na sua frente.
− Psiu! − Fazia o sapo para a princesa.
A princesa intrigada começou a achar que alguém estivesse escondido, atrás de alguma das árvores ao redor.
− Quem estiver aí, por favor, apareça?
Novamente o sapo fez:
− Psiu! Princesa olhe aqui para baixo.
Grace arregalou os olhos, ao perceber que se tratava de um sapo asqueroso.
−Ué!! Como você fala?
− Na realidade, já fui um príncipe. E por causa da magia de uma bruxa, fui transformado nesta forma que possuo hoje.
A princesa, levantando uma de suas sobrancelhas, ficou intrigada.
− Você era um príncipe?
− Sim. E para que eu volte à forma normal, preciso que uma princesa me beije. Beije-me princesa!
− Tá louco? Jamais beijaria um sapo feio como você. Além do mais, não acho que seja bonito na forma normal. Possui olhos grandes, uma bocarra, barriga grande e pernas finas. Esses, não são atributos de em um belo príncipe.
− Mas princesa, está e a condição para que eu volte ao normal.
− Não posso fazer nada por você... Além disso, muito feio e fedorento.
− Juro que sou um belo príncipe!
− Quem me garante que ao beijá-lo, não serei transformada em sapa, como você?
− O encanto da bruxa, foi para mim, e não para você. Por isso, só dependo de você, que ainda está solteira. As outras princesas já estão todas casadas.
− Hum!! Não sei... Não tenho coragem!
− Por favor, princesa! Tenha coragem, me pegue e beije-me! Eu te imploro!
− Ai... Ai... Ai... Não faça assim. Não tenho coragem de beijar você... Está todo gosmento.
− Assim, que me beijar, verá que sou lindo e formoso.
− Será? Ou aparecerá: barrigudo, feioso, bigodudo e fedorento?
O sapo já perdendo as esperanças e chateado diz:
− Princesa, o que você tem a perder? Vive aí, triste e chorosa, pelos cantos. Até hoje, nenhum outro príncipe, veio te buscar. Veja que por aqui, passaram muitos... Mas todos trataram de deixá-la de lado e levaram as suas irmãs e primas. Por que será?
− Ora, sei lá! Deve ser porque eles se encantaram com as outras.
− É, você sempre sobrando... Nunca pensou que pode ser porque te achavam feia?
− Eu, feia? Faça-me o favor!
− Por acaso, no seu castelo tem espelho?
− Lógico que sim! Você quer dizer que sou feia?
− Longe de mim, dizer isso princesa... Só estou dizendo que existe gosto para todos.
− Posso-lhe parecer feio agora. Mas, assim que eu voltar a ser príncipe, verá o que perdeu.
A princesa virou de costa e foi embora... Deixando o sapinho triste e desolado.
Alguns meses depois...
A princesa Grace, foi convidada para a cerimônia de casamento de uma prima distante.
Ficou toda empolgada, afinal, seria mais uma oportunidade de conhecer um jovem príncipe.
No dia do casamento, sua prima, trouxe o noivo para a princesa Grace conhecer.
Grace, encantada com a formosura do rapaz, exclamou.
− Como você é bonito!
O príncipe então respondeu:
− É, e alguns meses atrás, você me ignorou, por me achar feio, barrigudo e fedorento. Mas a sua prima, não.


Fim

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Luz - Carlucio Bicudo - registro 335841 - livro 4 B




"Luz"

Não importa o quanto...
Tentem apagar a minha luz.
Quanto mais assopram,
Mais intenso, torna a minha chama.

Autor: Carlúcio Bicudo - registro 335841 - livro 4 B