sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Crônica - Fumar ou não Fumar? - Autor: Carlucio Bicudo - registro 92263 - livro 4 A



“Fumar ou não fumar?”

Outro dia, estava numa fila do posto de saúde, para me consultar. Logo a minha frente dois senhores conversavam calorosamente.
− Por favor, será que o senhor poderia apagar o cigarro? A fumaça está me fazendo mal.
− Por que eu devo apagar o cigarro? Quem está fumando sou eu, e só a mim ele irá causar danos.
− Isso, o senhor é que pensa... Nós, não fumantes, acabamos sentindo os mesmos problemas de quem fuma.
− Sinto muito senhor, mas não vou apagar o meu cigarro, estou na calçada e não em local fechado.
− É, mas está lançando a fumaça para o alto. E está nos atingindo, sim.
− E eu com isso? Vire-se para o outro lado.
− Sabe amigo, durante anos, fumei como o senhor. Não ligava para nada... Só queria saber de fumar e fumar. Eram três maços por dia. Hoje, sofro na carne, os males que ele me causou. Trato com muita dificuldade de um “Enfisema Pulmonar”.
− E o que o senhor espera que eu faça? Que fique com pena do senhor? Ora!! Faça-me o favor... O problema que possuí, é mérito do senhor. Por acaso não sabia que fumar de mais, poderia lhe causar danos, no futuro? Tenho certeza que sim. Mas, mesmo assim, não largou o cigarro. Por que agora, quer que eu largue o meu? Se fumo, sei dos riscos que estou correndo. Mas isso é um problema só meu.
− Desculpe! Não é esta a minha intenção. Só queria informar que ao fumar onde existem aglomerações de não fumantes, nos também, aspiramos sem querer a fumaça do seu cigarro. E como consequência, num futuro próximo, todos aqui da fila, poderemos ter as mesmas doenças que você, sem ao menos nunca termos posto um cigarro na boca.
− Bom! Isso não me interessa. Vou acabar de fumar e pronto. Ninguém há de me fazer parar.
− O senhor, sabia que o cigarro tem uma série de ingredientes altamente cancerígenos? Como: Terebintina, formol, naftalina, acetona, amoníaco, chumbo, e muitos outros?
− É, estou vendo que o senhor é bem informado sobre o assunto. Por acaso, trabalha em alguma fábrica de cigarros?
− Eu, não! Busquei obter informações depois da minha doença.
− Ah! Somente depois? Que pena! Deveria ter obtido estas informações antes. Por que assim, evitaria estar doente. Não é mesmo?
− De fato, se eu tivesse ouvido as inúmeras pessoas que me alertavam sobre o risco que corria, talvez hoje, não estivesse com o maldito Enfisema Pulmonar. Olha que fico em desespero, nas graves crises respiratórias. Fico sem saber de onde puxar o ar. E cada dia que passa, perco mais peso.
− Dá para notar... Parece até uma folha de papel. Rsrs.
− Você ainda ri?
− Por acaso, espera que eu chore?
− Não, apenas que veja o meu caso e pense um pouco sobre o assunto e saber que num futuro próximo você poderá estar sofrendo do mesmo mal. O cigarro vai matando aos pouquinhos.
− Que bom! Realmente é melhor morrer aos pouquinhos do que morrer de repente. Ainda tenho muitas coisas para fazer aqui.
− Acho que estou aqui perdendo o meu tempo, tentando ajudar.
− Pode ter certeza que sim... Afinal, a sensação de fumar me dá muiiiitttoooo prazer!


Fim

Autor: Carlucio O. Bicudo - registro 92263 - livro 4 A

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Crônica - Passeio na praia (Autor: Carlúcio Bicudo - registro 337631 - livro 4 A)




“Passeio na praia”
(Autor: Carlúcio Bicudo − registro 337631 − livro 4 A)

É época de verão!
Está na hora de arrumarmos as malas, aprontarmos as crianças, fazer aquela vistoria básica no carro e partir rumo ao litoral.
− Querida, já arrumou as malas?
− Tudo pronto. Mas vou dar mais uma olhada, para ver se não esqueci nada. Sempre acabamos esquecendo algo.
− Só não podemos esquecer as crianças. − disse o marido. Rsrs. Se bem que uma lua-de-mel sem as crianças iria cair bem.
− Nem brinque com uma coisa destas.
− É né papai, o senhor, está querendo se livrar da gente?
− Não, que isso filho... Só pensei uma besteirinha.
O caçulinha logo pensou:
“Será que para o papai, somos apenas uma besteirinha?”
− Meninos, peguem as suas mochilas e coloquem no porta-malas. − disse a mãe.
Gabriel, logo perguntou:
− Pai, posso levar a minha bicicleta?
− Isso, vai atrasar a nossa partida. − gritou Anthony.
O pai pegou a bicicleta e amarrou-a, bem firme no bagageiro.
− Pronto! Parece que agora podemos partir.
Todos se acomodaram no carro e saíram.
No meio do caminho, só se ouvia, era banda de forró.
O som já estava irritando os meninos. Marilda nem se fala.
− Pedro, você não tem outro CD, sem ser de forró aqui no carro?
− Por que, não estão gostando?
Todos foram unânimes em dizer:
− Naaãooooooo!!
− Vocês não disseram nada. Achei que todos estivessem gostando.
Logo, tratei de trocar o CD.
Enfim... Chegamos...
Estacionei o carro em frente à nossa casa de veraneio.
Os meninos, logo queriam ir direto para a praia. Nem desfizemos todas as malas.
Afinal! É verão! Praia, cerveja, picolé, camarão no espeto, água de coco e outras porcarias a mais... Há... Há... Há...
Nem bem a minha esposa havia estendido a toalha para deitar... Aproximou um cachorro, que não sei de onde surgiu, e mijou sobre ela.
− Desgraçado!! Veja só Pedro, o cachorro mijou na minha toalha.
− É? E o que você sugere que eu faça?
− Mate-o!
− Tá louca? − Assim a Sociedade de proteção dos animais, acaba me processando.
− E eu com isso! Você que é culpado! Aliás, para que servem os Advogados? Deveria ter vigiado.
− Só faltava essa! Eu ser culpado, pelo cachorro ter mijado na sua toalha. Tá bom!!! Pode falar a vontade... Vou ali ao quiosque, comprar uma cerveja.
− Aproveite e traga refri para as crianças. − disse a minha esposa.
Ao voltar, percebo uma grande agitação em torno de minha esposa...
Cheguei agitado...
− O que está acontecendo aqui?
− Essa mulher foi golpeada na cabeça por uma bola de frescobol. E está desacordada.
− Marilda, Marilda!!
Eu gritava, chamando-a e ao mesmo tempo, despejava a minha preciosa cerveja sobre o teu rosto.
Logo, seus olhos começaram a abrir e me perguntou:
− O que foi que me atropelou?
− Ora!! Você não foi atropelada. Você foi atingida por uma bola de frescobol.
− Estou zonza!
− Vou chamar os meninos e iremos embora. Amanhã, é outro dia e viremos mais cedo.
− Não quero ir embora agora... Só foi um pequeno acidente.
− Você é quem sabe... Agora, vou ter que comprar outra cerveja.
− Mas você não tinha ido justamente comprar a sua cerveja...
− Sim, mas quando retornei você estava desmaiada. Aí, derramei-a no teu rosto, para que pudesse voltar a si.
− Vá, compre a sua cerveja e traga uns espetinhos de camarão.
Lá fui eu novamente ao quiosque... Comprei a cerveja e três espetinhos de camarão.
Os meninos vieram correndo ao meu encontro e cada um, tratou de pegar o seu.
− Marilda, este é seu... Os outros os meninos pegaram.
− Acho melhor voltarmos para a casa. Está armando um temporal.
− Bobagem, isso é só chuva de verão.
− Papai, papai! − gritava em desespero o Gabriel.
− O que foi menino?
− Estou sentindo uma dor na barriga.
− Chi!!! Lá vem bomba.
− Eu também estou sentindo dor na barriga. − gritou o Anthony.
− Marilda... Acho melhor irmos embora... Não estou gostando nada disso...
− Ai... Ai... Tá doendo muito. − diziam os meninos.
Marilda, indignada... Levantou-se! Sacudiu a areia da toalha e recolheu alguns pertences.
− Vamos embora! Hoje, já me aconteceu de tudo.
Não aguentei e comecei a rir.
− Tá rindo de quê?
− Do nosso belo dia na praia! − eu disse.
Ao retornarmos para o carro, minha esposa, acabou pisando no cocô de cachorro.
− Marilda, você acabou de pisar no cocô de cachorro. Você não percebeu?
− Hã?! − disse ela espantada. Que merda é essa?
− Não aguentei e ri de novo. É merda mesmo!! Rsrs...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Rugas passadas - Autor: Carlucio O. Bicudo - registro 66185 - livro 4 B




"Rugas passadas"

Minhas rugas,
São caminhos esquecidos.
Por onde não quero mais passar.

Porém, não devo esmorecer.
E sim, explorar novos sentimentos.

Contudo...
Entro no tribunal como réu.
Eu mesmo sou advogado, promotor e Juiz.

Entre milícias, dou gargalhadas.
E com olhos esbugalhados,
Ouço o veredito do Juiz.
Que me condena, maltrata e fere a moral.
Por crimes nunca cometidos por mim.

Autor: Carlúcio Bicudo - registro 66185 - livro 4 B