segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Retrospectiva do artista Carioca Cildo Meireles.




A Tate Modern, um dos mais importantes museus do mundo, abre suas espaçosas galerias em Londres para abrigar 80 obras de Cildo Meireles, nome-chave das artes plásticas no Brasil que tem ganhado cada vez mais espaço no circuito internacional.
Elas serão expostas no museu a partir de hoje (para convidados) e permanecem até 11 de janeiro no local.
Efe
"Babel", uma torre feita com rádios, obra do brasileiro que está na mostra em Londres
"O pessoal do museu é muito profissional, eles estão desenvolvendo essa mostra desde 2003. Quando recebi a visita deles em meu ateliê [em Botafogo, zona sul do Rio], foi engraçado, eles pareciam conhecer mais minha obra do que eu mesmo", disse Cildo Meireles à Folha, por telefone, da Tate, onde cuidava dos últimos ajustes na montagem da exposição.
O espanhol Vicente Todoli, diretor do museu, assina a curadoria da mostra, auxiliado pelo crítico britânico Guy Brett, co-curador e um dos grandes especialistas em arte brasileira no mundo. Amy Dickson é a curadora-assistente. "Cildo Meireles" não vai se restringir a Londres: seu roteiro inclui Barcelona, Houston, Los Angeles e Toronto. "O Brasil ficou fora, é uma exposição muito cara", diz ele.
Itinerário
A mostra tem como foco principal oito instalações de grande porte. Elas sintetizam a obra de forte carga conceitual de Cildo, que, com grande habilidade, consegue envolver o espectador com trabalhos de apelo sensorial.
É o caso de "Através", cuja terceira versão está em caráter permanente no Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho (MG), que faz com que o público caminhe sobre um chão forrado de vidro e pontuado por diversas barreiras (grades, cercas e até uma cortina de banheiro). Ou "Babel", coluna formada por centenas de aparelhos de rádio dos mais diversos tipos, sintonizados em diferentes estações.
Também estarão presentes instalações de tom político, outra característica da obra do artista. "Missão/Missões" utiliza 600 mil moedas, 800 hóstias e 2.000 ossos compondo um ambiente que remete à morte.
Sua leitura política se relaciona aos massacres empreendidos contra indígenas nas missões sul-americanas e contra outras populações nativas em diferentes momentos da história. A Igreja Católica é criticada por suas iniciativas de aculturação empreendidas na América e em outros continentes por religiosos.

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